ou sobre sentir nas horas erradas
Trilha-sonora: cd “Der Heisse Brei” de Wim Mertens
Este espaço foi aberto pouco depois que cheguei em São Paulo, e lá se vão dias e semanas e meses e logo serão anos: dois. Começo assim porque uma das normas da narrativa literária clássica é situar o tempo. Então assim me situo no tempo: dois anos.
Tenho pois dois anos de idade, desmamei do seio de minha mãe e começo a tentar andar, tenho medo de cair e me machucar, mas a gravidade é intransponível. Vou ao chão e choro, não é a dor da pancada que me leva a berrar histericamente, é sim a sensação de que meu maior medo aos dois anos se cumpriu: o fracasso da tentativa, a queda. Então alguém diz que preciso levantar e voltar ao caminho. “Tenta. Fracassa. Não importa. Tenta outra vez. Fracassa de novo. Fracassa melhor”.
Às vezes eu tenho a impressão que a depressão é sofisticada demais por alguns, que no fundo ela é só dor física de uma queda aos dois anos. Ou esta que estou sentindo agora e que comprime minha garganta e meu coração numa só corda torcida cada vez mais. Analgésicos para a dor... É disso que preciso. Pílulas de tarja preta ou gotas de Bach? Acordes de “Air On G String”.
E acho que eu escutei The Smiths demais, por isso me apaixono. Maldito Morrissey. Paixão juvenil escrita em papel de caderno. Cartas que nunca foram entregues. Amor melancólico, daqueles que se assemelham a uma tarde chuvosa. Coração nublado. Foi por causa de uma dessas nuvens tempestuosas que escrevi meu último texto por aqui, nele eu dizia sobre uma mulher e um homem apaixonado por ela. Outro rabisco no fundo da gaveta, entulho.
A paixão, sobretudo estas de gavetas, liberta e aprisiona na mesma medida. A prisão pode vir em forma de depressão, obsessão ou frigidez. A liberdade essa vem por meio da percepção de que você sente então logo existe, está vivo.
Liberto, então os olhos logo incham ao menor sinal de emoção. E a dor que nasce no miocárdio atravessa o semblante até o globo ocular. Em mim as lágrimas ardem insuportavelmente ao brotar. E embora essa ânsia de vômito-choro apareça com freqüência nos últimos tempos, pouco tenho sentido o gosto de sal na boca. Escorrem em mim tristezas não líquidas. Não sei se pela questão “social” (e penso quando afinal chegará a Revolução Masculina?) ou porque as glândulas lacrimais estão com alguma deficiência. Preciso mesmo ir ao oftalmologista, os nervos de meus olhos têm ficado inquietos, talvez pela força que exercem sobre eles os fatos.
Naquele dia eu esperava uma resposta profissional de importância definitiva para mim, do tipo “última chance”. E embora possa não parecer às vezes, a realidade prática têm me atormentado como uma intransponível gravidade que me leva ao chão. Então foi difícil dormir, eu tentei ir cedo pra cama para que a noite logo passasse e a hora tão esperada chegasse. Mas acordei tempo depois, pouco antes das seis, meu horário de ir para Oz.
Luminosidade do horário de verão numa manhã fria e então ligo a tv e passeio por televendas, filmes, desenhos e cultos religiosos. Acabo por parar num canal que fazia o resumo das atrações da São Paulo Fashion Week... Parei por ali, gosto de ver um pouco de moda - uma das garotas por quem me apaixonei arrebatadoramente no colegial queria ser estilista (se formou dentista, só para constar) - e além disso eu acho divertido, informativo e às vezes inspirador até. Um ou outro desfile interessante narrado por seus criadores, sempre com uma elaboração muito burilada, um conceito quase sempre maior que o resultado. Uma grife exibia uma coleção inspirada nos Smiths, esses mesmo que já citei, não, não gostei tanto do que vi, mas me identifiquei com a estilista e suas impressões da banda marco de nossas vidas.
Então um estilista que desconhecia completamente aparece conversando sobre seu desfile com a ex-vj que apresenta o programa, ele conta que a coleção foi inspirada nas czarinas da Rússia dos séculos passados. Eu pensei “lá vem uma viagem cultural alla novela das oito” e não dei a menor bola. Isso até o primeiro frame da passarela aparecer na tela e Wim Mertens (e/ou Lisa Gerard) e Antony And The Johnsons – músicas que me emocionam – tocarem na trilha, e então fiquei atenciosamente encantado. E o encanto logo virou comoção ao ver aquelas mulheres desfilando as obras de arte do Samuel Cirnansck enquanto eu percebia a riqueza de seu trabalho em poeticamente ligar a Rússia czarista à moda contemporânea, sem parecer difícil ou ridículo. Não era algo de originalidade inovadora, não, mas as peças eram realmente lindas e o conjunto do que acontecia na passarela muito forte. Um acontecimento em mim às seis e pouca da manhã. Eu estava tomado pela apresentação e então, no encerramento, quando uma impactante modelo negra entrou na passarela trajando um vestido de noiva preto e uma neve artificial começou a cair sobre ela e todo seu caminho, eu já havia sentido a dor nos olhos e uma ou duas lágrimas já estavam em meu rosto. “A beleza me emociona”.
Achei estranhíssimo chorar com um desfile de moda transmitido pela televisão. Não sabia se havia me transformado numa fashion victim, se em outra encarnação eu fora russo, ou se meu estado de nervos era tão gravemente sério a ponto de eu chorar com algo dito ‘tão fútil’ e com três minutos de duração. Essa situação foi uma daquelas que nos faz pensar em um monte de coisas. Do primeiro amigo que contei recebi risos compreensíveis e a opinião que meu estresse realmente está desesperador – e ele não deixa se ter razão; mas por outro, que viu o tal desfile fui respondido que sim, era bonito: frio e elegante, e que era realmente a “minha cara”. Não sei se ele disse isso pela questão plástica da estética que realmente tem a ver com meu trabalho, ou se eu era elegante e frio...
A resposta profissional à qual tanto esperava foi negativa. Estou perdido no deserto infértil e minha bússola foi destruída há muito tempo. Mais que isso, estou exausto de tanto engatinhar por aí. O problema de se começar cedo demais é que se cansa ainda jovem. Já culpei as políticas do mundo, já culpei minhas escolhas. E penso que minha vida, sem amores, completamente voltada para meu trabalho se torna sem o menor sentido se este não existe. Quando criança eu queria ser duas coisas: ator ou cientista. Por quê não fui estudar a Ciência?
Tantos passos e tentativas de. Confronto com o que é estabelecido, pelos mecanismos corrompidos da profissão, pelos desencontros amorosos, pela tal felicidade, pelos caminhos nem sempre perfumados e iluminados.
Penso em abandonar tudo às vezes. Há duas possibilidades... Uma seria assumir outra identidade. Não que pra isso eu precise mudar de nome, não, até porque isso pouco ajuda na verdade. Mas uma dessas mudanças de identidade que fizeram Rimbaud abandonar a poesia e traficar armas na África. Entendem? Dentro de mim um ímpeto de partir... Abandonando tudo, carregando menos peso. Me tornar ainda mais anônimo do que sou. Desaprender e esquecer.
Sobre a segunda possibilidade, um amigo um dia sorriu e disse: “eu não tenho medo que você faça isso, há brilho em seus olhos”. Completou dizendo que eu tinha planos e que quem têm coisas a fazer se mantém aqui. Depois de assistir ou ler um texto meu, me falam algumas vezes “como pode uma pessoa tão doce escrever coisas tão doídas?”. É claro que eu não sou só escuridão, que não sou linear ou chapado nisso. Eu tenho carinho pelos outros, sou divertido, meio metido a engraçado, acho que tenho um humor apurado e irônico, conquistei amigos, sei ser simpático e realmente têm coisas que eu gostaria de dizer. Além disso às vezes me apaixono. Mas quem afirma que isso tudo é minha verdade? Quem consegue ver para além do brilho dos olhos? O que afinal há de errado comigo? Gritos de socorro em silêncio. As tais lágrimas que não escorrem. A euforia é só uma reação adversa do medicamento que eu não tomo.
Em tempos de “emos”, sentir coisas assim é coisa sem importância, só mais uma pequena tragédia pessoal burguesa, uma exibição de talento para a tristeza, uma perda de tempo para os outros. E não há tempo. Para nada... Então isso aqui é outra ficção, todas as histórias são, a narração de um diário juvenil, uma bad trip. E logo irei dormir e sonhar com a neve sobre a Rússia.
Porque para cair é só tentar andar.
Afinal sobre o quê era mesmo esse texto? Sobre ter dois anos!
Trilha-sonora: cd “Der Heisse Brei” de Wim Mertens
Este espaço foi aberto pouco depois que cheguei em São Paulo, e lá se vão dias e semanas e meses e logo serão anos: dois. Começo assim porque uma das normas da narrativa literária clássica é situar o tempo. Então assim me situo no tempo: dois anos.
Tenho pois dois anos de idade, desmamei do seio de minha mãe e começo a tentar andar, tenho medo de cair e me machucar, mas a gravidade é intransponível. Vou ao chão e choro, não é a dor da pancada que me leva a berrar histericamente, é sim a sensação de que meu maior medo aos dois anos se cumpriu: o fracasso da tentativa, a queda. Então alguém diz que preciso levantar e voltar ao caminho. “Tenta. Fracassa. Não importa. Tenta outra vez. Fracassa de novo. Fracassa melhor”.
Às vezes eu tenho a impressão que a depressão é sofisticada demais por alguns, que no fundo ela é só dor física de uma queda aos dois anos. Ou esta que estou sentindo agora e que comprime minha garganta e meu coração numa só corda torcida cada vez mais. Analgésicos para a dor... É disso que preciso. Pílulas de tarja preta ou gotas de Bach? Acordes de “Air On G String”.
E acho que eu escutei The Smiths demais, por isso me apaixono. Maldito Morrissey. Paixão juvenil escrita em papel de caderno. Cartas que nunca foram entregues. Amor melancólico, daqueles que se assemelham a uma tarde chuvosa. Coração nublado. Foi por causa de uma dessas nuvens tempestuosas que escrevi meu último texto por aqui, nele eu dizia sobre uma mulher e um homem apaixonado por ela. Outro rabisco no fundo da gaveta, entulho.
A paixão, sobretudo estas de gavetas, liberta e aprisiona na mesma medida. A prisão pode vir em forma de depressão, obsessão ou frigidez. A liberdade essa vem por meio da percepção de que você sente então logo existe, está vivo.
Liberto, então os olhos logo incham ao menor sinal de emoção. E a dor que nasce no miocárdio atravessa o semblante até o globo ocular. Em mim as lágrimas ardem insuportavelmente ao brotar. E embora essa ânsia de vômito-choro apareça com freqüência nos últimos tempos, pouco tenho sentido o gosto de sal na boca. Escorrem em mim tristezas não líquidas. Não sei se pela questão “social” (e penso quando afinal chegará a Revolução Masculina?) ou porque as glândulas lacrimais estão com alguma deficiência. Preciso mesmo ir ao oftalmologista, os nervos de meus olhos têm ficado inquietos, talvez pela força que exercem sobre eles os fatos.
Naquele dia eu esperava uma resposta profissional de importância definitiva para mim, do tipo “última chance”. E embora possa não parecer às vezes, a realidade prática têm me atormentado como uma intransponível gravidade que me leva ao chão. Então foi difícil dormir, eu tentei ir cedo pra cama para que a noite logo passasse e a hora tão esperada chegasse. Mas acordei tempo depois, pouco antes das seis, meu horário de ir para Oz.
Luminosidade do horário de verão numa manhã fria e então ligo a tv e passeio por televendas, filmes, desenhos e cultos religiosos. Acabo por parar num canal que fazia o resumo das atrações da São Paulo Fashion Week... Parei por ali, gosto de ver um pouco de moda - uma das garotas por quem me apaixonei arrebatadoramente no colegial queria ser estilista (se formou dentista, só para constar) - e além disso eu acho divertido, informativo e às vezes inspirador até. Um ou outro desfile interessante narrado por seus criadores, sempre com uma elaboração muito burilada, um conceito quase sempre maior que o resultado. Uma grife exibia uma coleção inspirada nos Smiths, esses mesmo que já citei, não, não gostei tanto do que vi, mas me identifiquei com a estilista e suas impressões da banda marco de nossas vidas.
Então um estilista que desconhecia completamente aparece conversando sobre seu desfile com a ex-vj que apresenta o programa, ele conta que a coleção foi inspirada nas czarinas da Rússia dos séculos passados. Eu pensei “lá vem uma viagem cultural alla novela das oito” e não dei a menor bola. Isso até o primeiro frame da passarela aparecer na tela e Wim Mertens (e/ou Lisa Gerard) e Antony And The Johnsons – músicas que me emocionam – tocarem na trilha, e então fiquei atenciosamente encantado. E o encanto logo virou comoção ao ver aquelas mulheres desfilando as obras de arte do Samuel Cirnansck enquanto eu percebia a riqueza de seu trabalho em poeticamente ligar a Rússia czarista à moda contemporânea, sem parecer difícil ou ridículo. Não era algo de originalidade inovadora, não, mas as peças eram realmente lindas e o conjunto do que acontecia na passarela muito forte. Um acontecimento em mim às seis e pouca da manhã. Eu estava tomado pela apresentação e então, no encerramento, quando uma impactante modelo negra entrou na passarela trajando um vestido de noiva preto e uma neve artificial começou a cair sobre ela e todo seu caminho, eu já havia sentido a dor nos olhos e uma ou duas lágrimas já estavam em meu rosto. “A beleza me emociona”.
Achei estranhíssimo chorar com um desfile de moda transmitido pela televisão. Não sabia se havia me transformado numa fashion victim, se em outra encarnação eu fora russo, ou se meu estado de nervos era tão gravemente sério a ponto de eu chorar com algo dito ‘tão fútil’ e com três minutos de duração. Essa situação foi uma daquelas que nos faz pensar em um monte de coisas. Do primeiro amigo que contei recebi risos compreensíveis e a opinião que meu estresse realmente está desesperador – e ele não deixa se ter razão; mas por outro, que viu o tal desfile fui respondido que sim, era bonito: frio e elegante, e que era realmente a “minha cara”. Não sei se ele disse isso pela questão plástica da estética que realmente tem a ver com meu trabalho, ou se eu era elegante e frio...
A resposta profissional à qual tanto esperava foi negativa. Estou perdido no deserto infértil e minha bússola foi destruída há muito tempo. Mais que isso, estou exausto de tanto engatinhar por aí. O problema de se começar cedo demais é que se cansa ainda jovem. Já culpei as políticas do mundo, já culpei minhas escolhas. E penso que minha vida, sem amores, completamente voltada para meu trabalho se torna sem o menor sentido se este não existe. Quando criança eu queria ser duas coisas: ator ou cientista. Por quê não fui estudar a Ciência?
Tantos passos e tentativas de. Confronto com o que é estabelecido, pelos mecanismos corrompidos da profissão, pelos desencontros amorosos, pela tal felicidade, pelos caminhos nem sempre perfumados e iluminados.
Penso em abandonar tudo às vezes. Há duas possibilidades... Uma seria assumir outra identidade. Não que pra isso eu precise mudar de nome, não, até porque isso pouco ajuda na verdade. Mas uma dessas mudanças de identidade que fizeram Rimbaud abandonar a poesia e traficar armas na África. Entendem? Dentro de mim um ímpeto de partir... Abandonando tudo, carregando menos peso. Me tornar ainda mais anônimo do que sou. Desaprender e esquecer.
Sobre a segunda possibilidade, um amigo um dia sorriu e disse: “eu não tenho medo que você faça isso, há brilho em seus olhos”. Completou dizendo que eu tinha planos e que quem têm coisas a fazer se mantém aqui. Depois de assistir ou ler um texto meu, me falam algumas vezes “como pode uma pessoa tão doce escrever coisas tão doídas?”. É claro que eu não sou só escuridão, que não sou linear ou chapado nisso. Eu tenho carinho pelos outros, sou divertido, meio metido a engraçado, acho que tenho um humor apurado e irônico, conquistei amigos, sei ser simpático e realmente têm coisas que eu gostaria de dizer. Além disso às vezes me apaixono. Mas quem afirma que isso tudo é minha verdade? Quem consegue ver para além do brilho dos olhos? O que afinal há de errado comigo? Gritos de socorro em silêncio. As tais lágrimas que não escorrem. A euforia é só uma reação adversa do medicamento que eu não tomo.
Em tempos de “emos”, sentir coisas assim é coisa sem importância, só mais uma pequena tragédia pessoal burguesa, uma exibição de talento para a tristeza, uma perda de tempo para os outros. E não há tempo. Para nada... Então isso aqui é outra ficção, todas as histórias são, a narração de um diário juvenil, uma bad trip. E logo irei dormir e sonhar com a neve sobre a Rússia.
Porque para cair é só tentar andar.
Afinal sobre o quê era mesmo esse texto? Sobre ter dois anos!
O tempo é algoz e salvador. Mas sabe o que eu penso? Até a neve que caí na Rússia um dia deixará de cair, assim como um dia não estaremos aqui... Ainda assim, não acredito que a Vida seja curta. A Vida, existir, é para sempre. O estado das coisas (de nós) é que é transitório. Nós somos "curtos". Então, tudo TEM DE SER divertido. Que venham as novas tentativas!
ResponderExcluirMaravilhoso. Lucianno Maza trabalha muito bem as imagens do texto.
ResponderExcluirCandida Sastre
Lucianno, definitivamente admiro muito o que escreve e não falo isso da boca para fora ou para ser mais um a elogiar, entenda, gosto mesmo, até porque não é difícil gostar do que é bom. Sou sensível à linguagem sensível, sou fã da, digamos, "prosa poética". Se emocionar com um desfile (lindo também me emociono, na verdade adoro os desfiles de moda e gostaria muito de um dia ir em um um fashion week...).
ResponderExcluirEngraçado, também escuto muito frases do tipo "esta mocinha quem escreveu isto?!" como se as aparências dissessem tudo. Como se certas pessoas combinassem com certas coisas. A mente é muito mais do que isto, ninguém sabe o que é a mente ou o que ela pode alcançar.
Estou até baixando algumas das musicas de referência em seu texto.
Lembrei de um conceito da psicanálse, de Sigmund Freud, o conceito de "pulsão de morte", quando me deparei com esta frase; "Dentro de mim um ímpeto de partir... Abandonando tudo, carregando menos peso. Me tornar ainda mais anônimo do que sou. Desaprender e esquecer." É a tendência que nós seres humanos temos para o retorno ao nada, ao alivio das tensões, a ausência, ao inorgânico.
Acho que ao comentar escrevi demais, talvez por costume.
Para os dois primeiros parágrafos, não tenho palavras. Vou guardá-los comigo. Posso citá-los no meu blog, ou seja, colocar o trecho em um post?
Por fim acho que devo agradecer por escrever, por acreditar na arte e não desistir.
Por favor, Lucianno, não desista!
beijos
Um desfile... E não somos nós meros modelos de peças impensáveis sob o olhar de espectadores não tão atentos e diretores insanos?!? Que bom! Seu choro lavou a alma, descortinou a energia que ainda lhe faz cair de cima da passarela e sentar como outro qualquer numa cadeira vip; e chorar! ESCANDALOSAMENTE! Se ninguém chora com tudo aquilo, você se rende por todos! Chore, Luciano. Sabemos que dessa entrega virá outros desfiles ainda mais próximos, menos Rússia, menos vestido de noiva tostado, e mais Vida... Você está despertando sua alegria quando chora, percebe? Ela está aí, debaixo de tudo que nos obrigam vestir, modismos logo ultrapassados... Mas logo chega o verão, e todos se despem das pesadas camadas alheias que nos sobrecarregam. O sol reconhece a pele ávida, e bronzeia a todos de beleza e um dourado fabuloso! O Rio lhe ensinou isso, não perca de si! Até mesmo na não tão fria São Paulo tem dias que vamos ao parque, não é? Bjo, querido amigo, compartilho com você seu choro e sua tateante alegria; seja colo para ela, que chora, pois acaba de nascer... Mas já adormece em seus braços; alimente-a e crescerá ainda mais forte que todos e tudo!
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